sábado, 20 de junho de 2015

Destilando Conceitos: 1d6 idéias para incluir dinossauros em sua campanha

Salve bravos!

Pensava estes dias no filme Jurassic World e uma dúvida me veio: Como utilizar dinossauros em campanhas? Pode parecer simples (taca eles lá e pronto!), mas é bem mais complexo do que parece. Mundos de fantasia medievais foram projetados para comportar o extraordinário, mas na grande maioria das vezes, desafios “naturais” como animais selvagens costumam ser meio negligenciados pelos forjadores de mundos e pelos exploradores, sendo relegados à combates exóticos (uma arena ou um animal atroz) ou como resultado de uma tabela aleatória. Mesmo os dinossauros, presentes em vários (ou em todos) os bestiários que já li são criaturas pouco utilizadas pelos grupos. Em conversas com alguns forjadores de mundos, ouvi a reclamação (ou, em algumas vezes, a desculpa) de que encaixar ou lidar com os lagartões é muito difícil. Por isso, separei um tempinho para falar destas adoráveis bestas, então, que tal 1d6 idéias para incluir dinossauros em sua campanha?

Rolando 1d6... (pec,pec,pec,pec)... 5!



1 – Animais desconhecidos em lugares exóticos: Vou começar pela abordagem que eu menos gosto: Os dinossauros vivem em uma ilha isolada ou em lugares ermos. Embora possa parecer simplista e jogada, esta opção pode dar um toque bastante mítico ao tema se o forjador de mundos souber dar o clima. Pense no primeiro Jurassic Park: Nenhum dos personagens – ou dos espectadores – sabia o que esperar! Sabíamos que ali haveria dinossauros, mas como eles seriam ou se comportariam? Utilize lendas incompletas, relatos fantásticos ou mês tomos acadêmicos sobre uma ilha ou vale “assombrado por dragões de todas as espécies” ou sobre “criaturas que desafiam nosso conhecimento”. Galrásia, em Arton é um incrível exemplo de como utilizar esta dica de forma coesa;

2 – Habitantes recessivos: Outra abordagem bastante simples e que não é de meu agrado é a de considerar os dinossauros como parte “comum” da natureza. Nesta abordagem os lagartões seriam bestas de conhecimento público que vivem em áreas específicas do cenário, servindo desafio esporádico para aventureiros ou problemas ainda mais esporádicos para algumas comunidades e vilas. Nesta abordagem os dinossauros podem tomar parte importante na cultura de algumas tribos bárbaras, mas não são realmente importantes;

3 – Lendas de um tempo perdido: Aqui a coisa começa a ficar complicada. Escolha a abordagem 1 ou 2 e aplique a seu cenário, mas a visão do povos do que são as criaturas é alterada: ao invés de criaturas de terras distantes ou de filhos da mãe natureza, os dinossauros são criaturas míticas, sobreviventes de um tempo anterior aos povos civilizados e a qualquer outra criatura do cenário (com algumas exceções como titãs e dragões), que assombram não só as lendas como as vidas dos mortais. Esta é uma abordagem que aconselho para cenários dark fantasy ou de baixa magia, pois, embora sejam animais fantásticos, não fogem ao natural.

Aqui os lagartões podem assumir um tom mais místico e de maior importância na vida das populações: é possível que lendas que o canto dos parassaurolofos tragam o verão ou que o teste de iniciação de um bárbaro seja lutar contra um velociraptor. Imagine uma masmorra que na verdade serve de ninho para um grande tiranossauro...

Obs.: Embora possa parecer estranho à primeira vista, aconselho a utilizar as atuais teorias de que os terópodes seriam cobertos por penas. Pense no desespero de um grupo ao ser caçado por criaturas de dentes e garras afiadas, sedentas de sangue, cobertas por penas negras e lustrosas, que simplesmente desaparecem nas sombras ou no meio da vegetação...

4 – Invasores: Os dinossauros não são nativos daquele mundo ou reino: talvez tenham sido jogados ali por magia ou emigrado de regiões mais ao norte ou ao sul. Esta seria uma ameaça real e agressiva, onde dinossauros carnívoros atacariam rebanhos e pastos (um curral cheio de vacas seria um verdadeiro fast-food para um terópode) enquanto os herbívoros podem se tornar uma ameaça para as plantações. Neste tipo de abordagem algumas diferenças raciais ou de reinos poderiam ser esquecidas frente ao ataque de uma força invasora caótica, perigosa e completamente isenta de motivações racionais...

5 – Eles sempre estiveram aqui: nesta abordagem os dinossauros não são simplesmente parte da fauna: Eles SÃO a fauna. Aqui a grande extinção nunca ocorreu ou os dinossauros invasores do item 4 tenham ganho a batalha. Aqui a vida se adaptou aos lagartões e eles são parte importante e presente da vida dos reinos: Cearadactilos acompanham os grandes navio do porto, enquanto caravanas de comercio cruzam os desertos nas constas de seus maiassauros. Nos reinos, fazendas de microceratops e psittacossauros alimentariam as populações, enquanto os grandes herbívoros como sismossauros e anqulossauros seriam utilizados para levar tropas e desequilibrar campos de batalha, enquanto cavaleiros montados em raptores atacariam com apoio aéreo de arqueiros, lanceiros e magos em seus quetzalcoatlus. Os mares seriam lar de ictiossauros, mosassauros e elasmossauros. Eles estariam presentes em brasões de ordens e famílias, nas lendas e a presença de animais enormes e potencialmente perigosos motivaria a existência de grandes muralhas e castelos ao redor do mundo.

Nesta abordagem, animais naturais seriam raros ou inexistentes, e talvez algumas raças como orcs e gnolls nunca tenham existido, possivelmente sendo substituídas por homens lagartos como ameaças bárbaras. Alguns povos-dinossauros (como os de Arton) poderiam ser usados sem problema aqui, provavelmente muito mais próximos da civilização e outros povos, hoje tidos como civilizados poderiam regredir a um estado de barbárie, utilizando seus novos amigos lagartões como animais de caça e estimação (como os halflings de Eberron).

Veja que em qualquer destas abordagens (mas em especial nas 4 e 5, viajar muito longe das cidades e de rotas conhecidas seria extremamente perigoso, afinal, nunca se sabe quando um enorme tiranossauro irá sair da floresta em busca da carne dos cavalos (e de seus donos) ou quando uma tribo bárbara irá trinar um bando de lagartões como forças anti-civilizatórias.

E ainda corremos o risco de algum mago maluco utilizar sua magia para unir duas espécies e criar algum rei indomável...

Bom, estas são apenas algumas idéias para utilizar estas incríveis criaturas em seu cenário de campanha utilizando estas criaturas incríveis!

Na próxima edição abordaremos se os colaras são fofinhos ou potencialmente letais! SQN!

Espero que tenham gostado!

Não deixem de comentar, seu feedback é muito importante!
              
              Templário de Thiro (casadoalquimista@gmail.com)


Nenhum comentário:

Postar um comentário